Extinto | Luiz Hermano

Em vez de se expandirem para fora, em direção ao espaço circundante, um denominador comum da maioria das instalações e outras variantes da noção clássica de escultura, os trabalhos de Hermano privilegiam a membrana que separa seu interior do mundo. Sob a forma de volumes de superfícies porosas, intricadas e espessas, relevos fixados na parede e até próteses que se aplicam ao corpo, em qualquer caso suas construções atraem o nosso olhar para perto, para a pele e daí para as entranhas da pele, levando-o a constatar que os corpos, a contar de seus limites, são, parafraseando Herberto Helder “um texto que se multiplica por dentro, sem crescer, cruzado incessantemente por túneis, corredores e caminhos de pronúncia áspera”. (“Poesia toda”, Lis
boa: Assírio Alvim, 1981, p.381).
Texto: Agnaldo Farias
Fragmento do texto Luiz Hermano – Jogando com Limites