José Guedes , Eudes Mota , Marcelo Silveira

Luar do Sertão

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    José Guedes , Eudes Mota , Marcelo Silveira

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    Marcus de Lontra Costa

A mais recente produção de cinco artistas plásticos de Pernambuco e do Ceará pode se conferida (e comprada) a partir de hoje na exposição “O Luar do Sertão”.

Eduardo Frota, Jose Guedes, Eudes Mota, Alexandre Nóbrega e Marcelo Silveira não são estreantes por aqui. Todos têm currículo de significativa centimetragem que inclui exposições internacionais e prêmios importantes.

A diversidade é tamanha na exposição que fica impossível chamar a arte contemporânea do Nordeste de regionalista. Se não, como achar a identidade nordestina ao mesmo tempo em um quadro que antagoniza sucata e cores plenas e no tubo oco de arruelas obsessivamente trabalhadas para representar a oposição entre concretismo e subjetividade?

A tensão entre fotografias de sucata e azul ou preto no último grau de profundidade e as peças de madeira -continuidades interrompidas- são as primeiras obras com que o visitante da exposição se depara, respectivamente, dos artistas cearenses Jose Guedes e Eduardo Frota.
Eudes Mota, em seguida, apresenta sua “série portas”; todas garimpadas entre casarões abandonados ou demolidos do Recife, objetos do dia-a-dia desconstruídos e reconstruídos como obras de arte.

Esse aspecto colecionista do artista está presente também na obra de Marcelo Silveira. Ele usa madeira cajacatinga, encontrada no sertão, como suporte para seu trabalho. As peças são todas articuláveis, o que lhes confere um aspecto lúdico, imediatamente negado por sua fragilidade -uma delas está pendurada por um fio.

Outra, em sua fragilidade longilínea, lembra uma figura de Giacometti, embora Silveira negue a intenção de conferir formas reconhecíveis às peças.
Se -ainda que Frota afirme que seu trabalho é a antítese do artesanal, já que o suporte é inteiramente submetido à linguagem da obra- a presença do trabalho artesanal em madeira começa a clarear na mente do visitante algo como uma identidade regional na arte nordestina de hoje, lá está Alexandre Nóbrega para confundir tudo.

Seus quadros sempre em preto-e-branco são uma aparente contradição com as cores e o clima de sua cidade, Recife. “Para mim, estão todas as cores aí; é que a saturação de luz as esconde”, diz. Assim como as cores não precisam ser vistas para estarem na obra, a assinatura do artista é quase imperceptível nos quadros, mas está lá.

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