Isabela Stampanoni 

Proteja-me

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  • Data

    01/12/10 08/01/11

  • Artista

    Isabela Stampanoni 

A jovem artista Isabela Stampanoni volta à galeria Amparo 60, para a sua primeira individual na casa, a partir do dia 1 de dezembro, com a exposição Proteja-me, cujo tema gira em torno das crendices, lendas e iconografias de alguns santos. O trabalho propõe uma releitura e uma revisitação dessas imagens e de toda a carga e potência que elas trazem e acumulam consigo ao longo dos séculos.

As obras partem de biografias, lendas, estórias sobre os santos que, de maneira não precisa, formam uma trama, levando em conta detalhes dessas lendas e símbolos. O viés trabalhado dá mais relevância aos aspectos imaginários e lendários do que ao religioso. São nove pinturas e dez desenhos que tentam decifrar e embaralhar todas as informação carregadas nas imagens.

A artista vai compor a atmosfera da mostra com um áudio, inspirado no programa Bandeira Dois, da Rádio Jornal, que traz, todos os dias, no princípio da manhã, as tragédias que aconteceram na madrugada. Na sua época de faculdade, Isabela era obrigada a acompanhar o programa dentro do ônibus, pois sempre havia alguém com um rádio de pilha sintonizado no programa, um dos mais populares da rádio pernambucana. “Fazendo esse trabalho dos santos me veio a cabeça o programa, senti uma certa semelhança entre os relatos trágicos da vida cotidiana e da vida dos santos. A reprodução desse programa se dá pela maneira bem característica em que são relatadas pelo locutor as tragédias. No meu caso, vamos manter a trilha do programa e inserir um texto sobre as tragédias acontecidas aos personagens “santos” que estarão presentes na exposição”, explica.

A exposição contará ainda com desenhos (12) e fotos (16) de vulcões, que vão dialogar com as imagens criadas dos santos. Segundo a artista, a conexão entre os dois trabalhos se dá apenas por ambos serem assuntos/argumentos que a interessam e que vão fazendo parte do mundo paralelo dentro da sua produção – são adjacentes a outros objetos que merecem sua atenção como a geografia, a escrita, a história e a estória das coisas, as línguas. “Eles são como experimentos paralelos para coisas maiores que podem vir a surgir algum dia. Mesmo como experimentos, erros, tentativas, estudos, gosto de mostrá-los e não guardar. Gosto também de juntar duas coisas que aparentemente possam não ter relação entre si e expor num mesmo espaço, forçando-as a criarem uma conexão. Isso funciona muito nos meus trabalhos, quando deslocando frases, palavras, sons de um lugar para dentro de um desenho, pintura, vídeo crio uma nova leitura”, revela.

Apesar de serem inéditas, as séries apresentadas pela artista começaram a ser idealizadas há cerca de quatro anos e, de alguma forma, dialogam com os seus trabalhos anteriores. Mesmo com formas, traços e assuntos distintos, suas obras possuem certa trajetória de desdobramentos, um mesmo modo de produção e pensamento que varia pouco. “No meu trabalho, às vezes eu embaralho tudo, às vezes eu deixo tudo bem didático. Isso me persegue há muito tempo, em qualquer linguagem que eu use para me expressar”, pontua.

Imagens

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