Bruno Vilela , Cristiano Lenhardt

Voodoo Drama / Planalto

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  • Data

    25/06/13 10/08/13

  • Artistas

    Bruno Vilela , Cristiano Lenhardt

  • Curadoria

    Moacir dos Anjos

Voodoo Drama

Os olhos são o espelho da alma. E quanto mais profunda é a alma, quão mais profundo é o olhar, mais misterioso e denso é esse outro lado do espelho. Nem toda lice tem coragem de atravessar o outro lado e beber da porção.

Os olhos, a alma, pede espaço ao corpo e surge branca e luminosa num fundo tão profundo que de preto virou azul. Como a lua flutuam na escuridão e são o ponto que arrebata o espectador para dentro do medo.

Esse medo é o espelho do mesmo sentimento escondido dentro de cada um de nós.É a descoberta de uma brecha para um lampejo de luz fora da sombra da caverna. Os olhares são extraídos de Divas do cinema.

Crio uma mitologia pessoal transformando essas mulheres em Deusas.

Um Drama de forte influencia da mitologia Yorubá do Candomblé que no Brasil virou Umbanda, base dos meus estudos de muitos anos, e na América central virou Voodoo. Nos anos 50 muitos filmes foram feitos pelos estúdios americanos em paraísos tropicais usando a mitologia africana como base de Dramas e mistérios.

 

Planalto

Ele achava que as coisas do mundo e as outras que se grudavam nele eram diferentes. Logo lhe veio a ideia de que as contrapartes materiais, orgânicas e geométricas das coisas, se pareciam, mais do que podíamos verificar com os olhos abertos. Isso lhe deixou, por algum tempo, com um nó.

Atônito, começou a projetar linhas retas, sem a preocupação de serem tão retas, até que sentiu coragem de cruzá-las, mas só quando lembravam antigos frisos de alfaiataria. Quando cruzadas, pareciam outra coisa, coisa mais densa, porque continente. Elas, encontradas, diziam o que estava fora e o que estava dentro. Mas, o dentro ainda era só vazio. Logo que se encheu, virou superfície.

Quando viu isso, entendeu que podia tirar cascas da superfície das coisas e depois colocar de novo. E, mesmo tendo formas diferentes, elas poderiam se adequar se ele forçasse um pouco seu desejo. Sempre que encontrava com superfícies, grandes planos, tramas ou cores, descascava e re-cascava. Gostava de arrancar e colar de volta. Agora, vive fazendo isso. Pega uma coisa reta, dobra, descasca. Pega uma coisa outra, preenche e dá forma, veste. Sempre perseguindo as contrapartes de seu pensamento labirinto.

Assume o método. Vai em busca deste material potencialmente poroso que cobre as coisas ou maneja seu encanto para criar as superfícies. Constrói planos, esses que vêm do encontro de linhas, linhas que se consolidam por dobra e não por traço. O traço será imaginário, assim como ele o é por natureza. Imprime e grava a partir de uma superfície que se afirma lisa, todavia, a lisura não passa de uma elaboração imaginária e só posteriormente construída.

Alisurando a matéria folha em dobras vincadas de gramatura leve, procedimento de marca, documento de ação, ato sobrematérico, descontrole com efeito de pulo dimensional e retorno planície. Como um exercício de reversão, procede em busca de elementos essenciais que começam a buscar seu espaço de aproximação. Após dobrar e voltar a abrir as superfícies, elas vazam e buscam cascarar coisas, mas já não coisas que reconhecemos organicidade. As cascas buscam os planos de convivência, somente quando ele os quer. Vai aminguando o plano cada vez mais para dentro de si e quando desfaz o caminho, as marcas do percurso formam escritos que se dão aos leitores ávidos à contemplação vazia.

Imagens

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